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Workshop aborda Projeto Fênix, direcionado para vítimas de violência doméstica

Iniciativa prevê tratamento médico e odontológico. O Tribunal de Justiça de São Paulo realizou hoje (23) workshop para pulgação do Projeto Fênix – Alçando Voo e do aplicativo Juntas. O evento, aberto ao público, aconteceu no Fórum João Mendes Júnior, na Capital paulista. O “Fênix” prevê reparação estética, ortopédica e odontológica, de graça, para vítimas de violência doméstica e de gênero. Já o aplicativo possibilita que mulheres em situação de perigo enviem, pelo celular, um pedido de socorro a pessoas previamente cadastradas, que recebem, por mensagem, a exata localização da vítima. As palestras também abordaram a importância do resgate da autoestima de mulheres vítimas de violência. Na abertura do evento, a desembargadora Angélica de Maria Mello de Almeida, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Comesp), parabenizou a juíza assessora da Corregedoria Geral de Justiça Maria Domitila Prado Manssur pela inciativa na criação do Projeto Fênix, em 2016. Também destacou o empenho da vice-coordenadora da Comesp, Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida, e da juíza da Vara do Foro Central de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Elaine Cristina Monteiro Cavalcante. “Na violência de gênero, sabemos que os alvos preferenciais dos agressores são rosto, seios, tórax e região genital, com sequelas severas e graves, que muitas vezes comprometem a função de órgãos. Marcas visíveis que, além de vincular a vítima ao sofrimento, acarretam evidente constrangimento e dificultam a reinserção familiar, social e no mercado de trabalho”, afirmou a desembargadora Angélica Almeida. A primeira palestrante do workshop foi a socióloga Amanda Monteiro Andrade, da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Turma do Bem, fundada em 2002 pelo cirurgião-dentista Fábio Bibancos. Ela apresentou o trabalho da Oscip, que também atende crianças e jovens carentes para tratamentos odontológicos pelo projeto “Dentista do Bem”, além do programa “Apolônias do Bem”, direcionado às vítimas de violência. “Desde 2012, quando começou a ser desenvolvido, já atendemos 750 mulheres em todo o Brasil”, contou. Também foi apresentado um vídeo com depoimentos de pacientes que tiveram suas vidas transformadas pelo tratamento odontológico. “Depois que recuperam a dentição, a primeira coisa que essas mulheres fazem é passar o batom e arrumar o cabelo, pois a autoestima é reconstruída”, destacou. O webdesigner Antonio Carlos Santos Filho falou sobre o “Juntas”. Ele destacou que, com o uso do aplicativo, mulheres expostas à violência doméstica constroem uma rede pessoal de proteção. O Juntas (PLP 2.0) está disponível para celulares com o sistema Android ou em IPhone. “Qualquer pessoa pode baixar. É um importante instrumento da tecnologia que pode proteger mulheres em situação de violência”, afirmou. A médica Sylmara Berger Del Zotto, assistente técnica do Gabinete da Secretaria de Saúde, abordou a importância das redes de proteção para vítimas e o atendimento multidisciplinar em todo o Estado. “Em 2018, nossa proposta é ampliar cada vez mais a rede de atendimento”, ressaltou. Com uma apresentação leve e bem-humorada, a médica Albertina Duarte Takiuti, coordenadora de Políticas Públicas da Mulher de São Paulo e do Programa Saúde do Adolescente, da Secretaria Estadual da Saúde, apontou que a emoção não se rompe apenas pela lei, ela se rompe pelo empoderamento. “É preciso mudar o foco de como a sexualidade é passada para os adolescentes. Ao invés de discutir os anticoncepcionais, é preciso discutir também os relacionamentos, as emoções e o dia a dia dos jovens”, esclareceu. Segundo a especialista, “o medo de não agradar, principalmente nas meninas, faz com que aceitem migalhas de afeto e carinho”. “A preparação delas acontecerá se a sociedade insistir na discussão por meio de grupos profissionais ou espaços de convivência e participação com o adolescente. É preciso acolher essas jovens, aumentar sua autoestima e descontruir a violência para tentar diminuir novos casos. As boas práticas acontecem quando todas nós damos as mãos; todas as sobreviventes e multiplicadoras do empoderamento pelo fim da violência contra as mulheres no Brasil”, encerrou. Também prestigiaram o encontro a juíza da 2ª Vara Criminal de Santo André e integrante da Comesp, Teresa Cristina Cabral Santana; o juiz da Vara da Região Leste 3 de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Mário Rubens Assumpção Filho; a juíza da Vara da Região Oeste de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, Rafaela Caldeira Gonçalves; Viviane Crespi, da Turma do Bem; a vice-presidente do Geledés Instituto da Mulher Negra, Juciara Almeida Souza; a senhora Virgínia Lazzarini; servidores e público em geral. Projeto Fênix – Alçando Voo O Projeto Fênix é uma parceria do Tribunal de Justiça de São Paulo, com a Secretaria de Estado da Saúde e a Oscip Turma do Bem, que existe desde 2016. O encaminhamento da paciente ao programa é feito por juízes, integrantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia, além das delegacias de polícia. A novidade é que agora as vítimas também podem solicitar a reparação das lesões ocasionadas por agressões diretamente na Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário (Comesp) pelo e-mail comesp@tjsp.jus.br.
23/03/2018 (00:00)
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